sábado, março 17, 2007

Somos o Sporting !

22ª Jornada do Campeonato Nacional de 2006/2007

17 De Março de 2007

Estádio do Dragão

FC Porto: Helton, Fucile, Marek Cech, Pepe e Bruno Alves; Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho (Jorginho, 73); Alan (Hélder Postiga, 45), Quaresma e Adriano (Bruno Moraes, 77).
Suplentes não utilizados: Vítor Baía, Ricardo Costa, João Paulo e Renteria.

Sporting: Ricardo; Abel, Tello, Caneira e Andersson Polga; Miguel Veloso, João Moutinho, Nani e Romagnoli (Pereirinha, 67); Alecsandro (Custódio, 82) e Yannick Djaló.
Suplentes não utilizados: Tiago, Miguel Garcia, Farnerud, Paredes e Bueno.

Cartões amarelos (Sporting): Nani (81)

Golos:
Tello 71 (0-1)

O Sporting vai sentir a falta de Liedson” (1)

Somos os favoritos porque somos o líder e porque somos o Porto” (2)

As duas frases em cima escritas pertencem a Jesualdo Ferreira. Fica mais uma vez provado que os famosos “Minde Games” não podem ser utilizados por quem quer, mas sim por quem pode e sabe. Aliás o técnico do FC Porto mudou muito desde que chegou ao Dragão. Antes era um treinador reservado, daqueles que “não mija fora do penico”, chegou ao emblema nortenho e mudou radicalmente o seu discurso, parece um miúdo que estava habituado a conduzir um Fiat Punto e que de um momento para o outro se vê com um Ferrari nas mãos. Com tanta “garganta” arrisca-se a passar uma época no Dragão sem nada vencer e a sair do clube pela porta dos fundos. O Sporting não sentiu a falta de Liedson mas o Porto sentiu, claramente, a falta de Quaresma e, curiosamente, o cigano até jogou no Dragão. (1)

Os onze jogadores escalados por Paulo Bento foram sem dúvida uma escolha acertada. Miguel Veloso continuou a trinco não caindo o técnico leonino na tentação de o colocar a central e trazer para o onze Custódio ou Paredes. Para muitos foi surpreendente a escolha de Alecsandro para fazer companhia a Yannick, para mim não o foi pois há muito que Bueno perdeu os créditos que acumulou com os 4 golos ao Nacional.

A chave do jogo esteve, no meu entender, no facto de o Sporting ter anulado Ricardo Quaresma. Paulo Bento sabia que para anular a estrela maior do futebol portista não adiantava ter marcações muito cerradas sobre ele, mas sim evitar que a bola lhe chegasse. E para isso apenas havia uma coisa a fazer que era manter a bola na posse do Sporting o maior tempo possível. E isso os jogadores do Sporting fizeram-no com mestria. Com uma atitude mental a todos os títulos notável e com a precisão do passe a roçar a perfeição o Sporting encostou o FCP às cordas mas faltou sempre algo, o mesmo que faltou nos jogos com Inter e Bayern, faltou definir os lances e quando o intervalo chegou ficou um travo amargo na boca com o 0-0 pois o Sporting merecia mais.

Na segunda parte quando se esperava que o Porto viesse com tudo para cima do Sporting, não foi isso que aconteceu pois os leões continuaram com o mesmo brilhantismo – e com os mesmos defeitos – do primeiro tempo e continuou a reduzir o Porto à insignificância. E finalmente lá chegou o golo de Tello! Desta vez, ao contrário do que tinha acontecido em Munique com Moutinho, a bola não embateu na trave, entrou na gaveta e veio dar verdade ao marcador. Mas os ferros da baliza haviam de fazer – outra vez – das suas ao devolver o remate de Yannick, um golo que o jovem leão fez por merecer e que vinha dar um colorido diferente ao resultado final, um colorido mais ajustado ao baile de bola, à lição táctica e à lição de humildade com que o Sporting presenteou o Dragão. Ao Porto ninguém viu fazer nada para mudar o rumo dos acontecimentos, a substituição Adriano/Bruno Moraes mostrou bem essa incapacidade, aliás o Porto nos dois jogos que fez com o Sporting, esta época, nada fez para os vencer. Agora resta esperar que o Sporting não esteja mais dez anos sem vencer o Porto no seu estádio.

Pois é, não somos os líderes e talvez nunca o venhamos a ser esta época mas… SOMOS O SPORTING! (2)

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