sexta-feira, dezembro 07, 2007

Marcos em entrevista

Nome: Marcos José Ferreira Bastidas
Data de nascimento: 07 de Dezembro de 1977
Local de nascimento: Caracas - Venezuela
Morada: Campo - Viseu
Um clube português sem ser o Académico: F.C. Porto
Um clube na Venezuela: Dvo. Italchacao
Clube que sonhavas representar: Já foi tempo disso, mas sempre gostei do AC MilãoPosição: Defesa Central


Quais os clubes que já representas-te?
Ainda Júnior estive 6 meses em Portugal no Pedrouços na 3ª Divisão Serie B. Dez 1996 - 1997
Caracas F.C. (Equipa B). 1997 - 1998
Caracas F.C. 1999 - Dez 2001
Dvo. Galicia. Jan 2002 - Junho 2002
Dvo. Italchacao 2002 - 2003
G.D. Velense (Açores). Dez. 2003 - 2004
C. Académico F. 2004 - 2005
G.D. Trofense. 2005 - 2006
Rebordosa A.C. Ago 2006 - Dez 2006
Académico de Viseu F.C. - Jan 2007 - Actual

Qual o melhor momento da tua carreira até agora? E o Pior?
Graças a Deus passei bons momentos no futebol, é sempre bom ser campeão. Com o Caracas, Equipa B, fomos campeões da 2ª Divisão, na equipa principal fomos campeões de Liga e da Taça, depois a subida à 2ª Liga com o Trofense e como é lógico a subida o ano passado com o Académico. Mas não posso esquecer a minha primeira chamada a Selecção de Venezuela (Esperança - 1999).O pior momento é logicamente quando deixamos de jogar, se calhar o momento mais difícil foi no CAF com a rotura do ligamento, a situação do clube (economicamente) não foi boa e como profissional não consegui demonstrar as minhas qualidades. A minha sorte foi conhecer na altura a minha actual esposa que me ajudou e apoiou imenso.

Como vieste para Portugal, uma vez que nasceste na Venezuela?
O meu pai é Português, foi para a Venezuela com dois anos, fez a sua vida lá e conheceu a minha mãe. Como todos sabem a Venezuela, desde algum tempo atrás, vem atravessando um momento crítico para a sociedade. O meu irmão foi o primeiro a vir em 2000 (salvo erro), os meus pais vieram em 2001, e por fim eu em 2003. Na altura tive o convite de um empresário português para ir ao Nottingham Forest (Inglaterra), uma linda experiencia que não correu bem. Voltei a Portugal à espera de algum bom convite estive 6 meses parado até que decidi aceitar qualquer proposta e surgiu a ida para os Açores. E aqui estou.

Como surgiu o convite para ingressares no Académico de Viseu?A amizade que me liga ao Álvaro desde a minha passagem pelo CAF foi a chave. Para além de outros factores, tive algumas divergências com o técnico do Rebordosa e em Dezembro do ano passado preferi sair para não criar mau ambiente. Entretanto como ia casar e pretendia fazer vida em Viseu (já tinha comprado o lugar onde iria viver), optei por vir trabalhar para a cidade, e como disse anteriormente numa conversa com Álvaro acerca minha situação falei com os dirigentes do clube e acabei por aceitar a proposta.
Como é o teu entendimento em campo com o Negrete?
O Negrete é um excelente colega dentro e fora do campo, não é difícil uma pessoa conseguir entendimento com alguém assim. Já agora aproveito para dizer que não só o “Negra” como todo o plantel actual e do ano passado são excelentes jogadores e colegas. É pelo grupo e pelo trabalho que o clube está onde está.

Como é pertencer à família de uma das grandes glórias do Académico, João Basto?
Em termos futebolísticos tem sido bom. Muitas pessoas falam sobre ele comigo. Eu não tive a oportunidade de o ver jogar, mas as conversas em casa e com pessoas de fora todas dizem o mesmo, que ele foi um grande jogador. Em termos pessoais a minha nova família tem sido fenomenal, eles são excelentes pessoas e têm-me ajudado imenso. Já agora também aproveito para dar uns mimos para a minha família toda, a venezuelana, que sem eles não seria a pessoa que hoje sou. Para mim a família é o mais importante do mundo e é pelo convívio com a minha família que penso abandonar o futebol, já que estou a semana toda fora e depois ao domingo vou jogar, só fica o sábado, é difícil, e espero que todas as pessoas compreendam minha situação.

Fizeste parte do último plantel do CAF. Falava-se, na altura, do fim do clube?
Sim, quando estava a chegar o final do campeonato falou-se no assunto. Mas sou sincero na altura o clube não cumpria com os atletas, e instituições assim não podem existir. Infelizmente há muitas assim, perjudicando a vida de alguns colegas de profissão.

Uma vez que jogaste no clube como CAF e agora como AVFC, notas algumas diferenças entre as duas realidades?
Penso que só houve mudanças em termos estruturais, de resto penso que nada muda. O Académico tem de existir nesta cidade e espero que um dia pertença à elite nacional como outrora. Aproveito também para dar uma palavra aos actuais dirigentes, pelo sacrifício, e que continuem assim a cumprir com os atletas já que é meio caminho andado para o sucesso.

Como vais ser o teu futuro em termos futebolísticos?Uma pergunta que não gostava de responder. Uma pessoa nunca pensa em acabar a carreira. A realidade é que por enquanto vou ter mesmo que abandonar, estou casado de fresco e quero aproveitar os poucos momentos que tenho para compartir com a minha esposa. Não sei será já esta semana ou na outra. Já disse e volto a dizer para mim é ingrato estar longe chegar às sextas fazer um treino e jogar ao domingo independentemente do que eu possa treinar durante a semana. O grupo é um grupo e eu com esta situação penso que estou a prejudicá-lo.

Quem é o teu ídolo?
Hoje em dia há excelentes jogadores. Para todos os gostos, guarda-redes, defesas, meios, avançados, alas. Como já referi anteriormente o Milão foi um clube que marcou a minha infância e não poderia ser outro que Maldini.
O que gostarias de dizer neste momento aos sócios e adeptos?
Que às vezes tenham paciência. Com os jogadores, treinadores, dirigentes, nós somos sempre os primeiros interessados em que corra tudo bem e poder dar-lhes alguma alegria. Os adeptos de qualquer clube gostam de ver bom futebol, mas não podem esquecer que não estamos na 1ª Liga, mesmo estes clubes às vezes não dão um bom espectáculo. Agradeço a todos aos que assobiam que sempre me deram muita força para melhorar, e também àqueles que sempre me apoiaram pela confiança. Que todos apoiem o clube.

Este ano já marcaste dois golos decisivos. Qual o segredo?Um pouco de sorte, e as grandes assistências dos meus colegas que sem eles a bola não chega lá.

O que achas de A MAGIA DO FUTEBOL (podes falar mal à vontade)?
Penso que a MAGIA é o verdadeiro site academista. Sempre atento a tudo o que se passa no clube. O vosso trabalho é tentar transmitir aos leitores informação do clube e mostrar um pouco o que se passa durante cada jogo, por isso se acham que a equipa esteve mal ou bem, são vocês que julgam. Nós como atletas podemos aceitar ou não a vossa visão, mas penso que o mais importante é o seguimento que dá à equipa. Isso é bom para todos os que pertencem e gostam do Académico.

Nota-se mais apoio á equipa este ano do ou no ano passado?Penso que sim, mas é normal, quanto mais alto estiver a equipa mais pessoas irão a ver os jogos.

Abraço, e felicidades nesta nova etapa profissional.
Obrigado a vocês pela oportunidade. Continuem a fazer um bom trabalho. Um abraço.Já agora um beijinho com muitas saudades para a minha esposa, a qual amo muito! Obrigado.



Maldini a referência futebolística de Marcos

1 comentários:

Anónimo disse...

Atenção! Este homem, Marcos, é o grande esteio da nossa defesa. Temos que o convencer a sacrifica-se um pouco mais, pois o Académico precisa muito do seu contributo. A esposa do Marcos, irá concerteza ajudá-lo e convencê-lo a continuar no Académico.
Felicidades para o Marcos e sua esposa, qualquer que seja a sua decisão, mas espero sinceramente que seja pela continuidade no futebol e no Académico!

O Académico precisa do Marcos.

Carlos Silva

segunda-feira, 17 dezembro, 2007