Memórias do CAF

Memórias do CAF

O nosso leitor Lumago deixou, em comentários aos nossos posts, verdadeira lições históricas sobre o Académico de Viseu – “versão CAF” -, e nós, MAGIA DO FUTEBOL resolvemos colocar em post as suas palavras em para, deste modo, lhe dar o devido destaque e visibilidade.

“Recordo-me de uma época em que o Académico lutou pela subida de divisão, nessa altura era à 1ª divisão nacional e, já lá para o fim da época, em dia de calor intenso, parti com o meu pai, mãe e filha para Peniche onde o Académico jogava cartada quase decisiva. A jornada tinha sido antecipada para sábado e lá fomos. Ao chegarmos ao campo, velhinho, junto do forte, não havia movimento nenhum. Perguntámos e ficámos a saber que o jogo era no domingo. Regressámos a Lisboa e, no dia seguinte, lá fomos de novo. Um jogo de arrasar, com o Académico a perder, apesar de dominar completamente. Acabámos por sair uns minutos antes do final, completamente destroçados. Já estávamos quase em Lisboa quando ouvimos na rádio que o resultado tinha sido 1-1, com um golo já nos descontos. O Académico salvou um ponto e acabou por subir à 1ª divisão nacional. Este ano vai ser igual!”

“Outras "loucuras" fazem parte do imaginário do Académico de Viseu, dos tempos brilhantes do amor à camisola preta, quando o guarda-redes era o Pais (brilhante), com o Adelino à espreita, o Basto era um atacante terrível e o Rodrigo um extremo de fazer tremer! Nesses tempos, o Académico não tinha camioneta e era nos carros dos sócios que percorríamos as centenas de quilómetros, por estradas que não eram como as actuais, com furos, despistes, nevoeiros e perigos terríveis. Lembro-me de um jogo especial, pelos anos 60, em Gouveia. O Académico ganhara em Viseu por 3-0 e foi jurada vingança dos de Gouveia. O jogo foi terrível, o Académico tinha uma equipa extraordinária e acabou por ganhar, creio que por 3-2. Resultado, ninguém podia sair do estádio, polícia e simpatizantes do Gouveia em cima, uma loucura! Acabámos por conseguir retirar os jogadores do campo, com a ajuda da polícia, em carrinhas de caixa aberta, tapados por lonas e depois foi uma loucura de viagem, pelas estradas da serra debaixo de frio intenso e chuva, até à sede do Académico onde estavam sempre à espera os adeptos mais ferrenhos, à espera das últimas notícias...Assim se foi fazendo a história do glorioso Académico!"