Para não esquecer, nem repetir!
Foi a 5 de Janeiro de 2006 que o Tribunal Judicial de Viseu decretou o fim da actividade do Clube Académico de Futebol (CAF). Tal medida não afectava a equipa de futebol sénior, que entretanto já se havia ligado, em parceria, ao GD Farminhão, da então 1.ª Distrital, mas punha fim aos sonhos de centenas de jogadores
"Foi um dia muito triste". É assim que José Pipo recorda, em curtas palavras, aquilo que, também para si, foi o fim de um 'sonho' no futebol. O técnico, agora a treinar a equipa de juvenis do Ac.Viseu FC, era então o treinador dos juniores do CAF, que militavam na 1.ª Divisão Nacional do escalão, junto à 'elite' do futebol nacional. Viveu como poucos o pesadelo da extinção do clube, ao nível das camadas jovens, apesar de saber que mais cedo ou mais tarde tal aconteceria, visto os seniores já terem 'terminado'.
"Foi um dia muito complicado. Acabou ali o sonho de muitos miúdos. Foi um dia muito triste. A Direcção informou- -nos que não podíamos continuar a jogar e foi um choque muito grande para todos. Já temíamos que isso acontecesse, só não contávamos era que fosse a meio da época. Esperávamos terminar aquela temporada e depois haver uma mudança, como tinha sucedido com os seniores. Por isso considero essa decisão injusta por ser tomada a meio da época".
José Pipo recorda os momentos difíceis aquando da comunicação aos jogadores de que o clube havia terminado.
"Foram todos reunidos no balneário e muitos choraram ao saber do fecho do Académico".
O técnico, que lembra que a sua equipa estava 'a recuperar pontos na classificação e com boas perspectivas de conseguir a manutenção', está confiante que tal não volte a acontecer.
"Agora as coisas estão mais estáveis. O presidente tem feito um grande esforço para manter o clube financeiramente saudável".
"Não se voltarão a cometer loucuras"
O actual presidente do clube (que de certa forma 'herdou' o CAF), António Albino, acompanhou de perto o processo de insolvência que, primeiro, afectou o plantel sénior de futebol e, depois, as camadas jovens e outras modalidades.
O dirigente lembra que foi uma batalha "muito difícil", e explica a dificuldade de evitar o desfecho.
"Sabíamos que aquilo poderia suceder às camadas jovens mas não tínhamos força para recorrer e tentar evitá-lo. As dívidas eram superiores a 1 milhão e isso afectou tudo que pertencia ao CAF, incluindo os escalões de formação. Foi muito difícil para mim, até porque fui eu que ajudei a inscrever as camadas jovens nessa época. Depois acabou tudo".
Albino garante que 'o Académico está preparado para que não se voltem a cometer loucuras', evocando a alteração recente nos estatutos que obriga as diferentes direcções a 'assumirem dívidas deixadas no clube'.
Fábio Santiago e Calico e o dia em que já não treinaram . Juniores recordam angústia
O fim do CAF foi sentido com enorme tristeza por todos quantos faziam parte do clube mas para os jogadores, que viveram o drama na primeira pessoa, o pesadelo teve outra dimensão. Fábio Santiago e Calico, capitão e sub-capitão, respectivamente, da equipa de juniores que alinhava na 1.ª Divisão Nacional da época 2005/2006, recordaram o penoso dia em que souberam do fim do clube.
Santiago, actualmente sem clube depois de sair do GD Parada, lembra 'um dia complicado'.
"Foi um dia muito complicado. Cheguei ao Fontelo e vi as pessoas com cara de caso. Depois transmitiram-nos a notícia e lembro-me bem de ligar à minha mãe, a chorar, e dizer-lhe que o Académico tinha acabado. Fomos um bocado esquecidos nessa altura porque só queríamos jogar e evoluir".
Também Calico, agora nos seniores do Académico de Viseu, recorda com tristeza o acontecimento.
"Na altura era um jovem que só queria jogar, e fazia-o por amor à camisola. Ver aquele sonho terminar a meio duma época, como se nos cortassem as pernas, foi muito difícil, foi um choque. Lembro-me que chegámos, numa terça-feira, para treinar e o treinador disse-nos para não nos equiparmos e explicaram-nos tudo. Sentíamos que não tínhamos culpa e foi muito doloroso. Muitos perderam-se e deixaram de jogar, felizmente eu tive a possibilidade de integrar os seniores e continuar a carreira, mas não esqueço aquele dia".
Foto e texto do Diário Regional
"Foi um dia muito triste". É assim que José Pipo recorda, em curtas palavras, aquilo que, também para si, foi o fim de um 'sonho' no futebol. O técnico, agora a treinar a equipa de juvenis do Ac.Viseu FC, era então o treinador dos juniores do CAF, que militavam na 1.ª Divisão Nacional do escalão, junto à 'elite' do futebol nacional. Viveu como poucos o pesadelo da extinção do clube, ao nível das camadas jovens, apesar de saber que mais cedo ou mais tarde tal aconteceria, visto os seniores já terem 'terminado'.
"Foi um dia muito complicado. Acabou ali o sonho de muitos miúdos. Foi um dia muito triste. A Direcção informou- -nos que não podíamos continuar a jogar e foi um choque muito grande para todos. Já temíamos que isso acontecesse, só não contávamos era que fosse a meio da época. Esperávamos terminar aquela temporada e depois haver uma mudança, como tinha sucedido com os seniores. Por isso considero essa decisão injusta por ser tomada a meio da época".
José Pipo recorda os momentos difíceis aquando da comunicação aos jogadores de que o clube havia terminado.
"Foram todos reunidos no balneário e muitos choraram ao saber do fecho do Académico".
O técnico, que lembra que a sua equipa estava 'a recuperar pontos na classificação e com boas perspectivas de conseguir a manutenção', está confiante que tal não volte a acontecer.
"Agora as coisas estão mais estáveis. O presidente tem feito um grande esforço para manter o clube financeiramente saudável".
"Não se voltarão a cometer loucuras"
O actual presidente do clube (que de certa forma 'herdou' o CAF), António Albino, acompanhou de perto o processo de insolvência que, primeiro, afectou o plantel sénior de futebol e, depois, as camadas jovens e outras modalidades.
O dirigente lembra que foi uma batalha "muito difícil", e explica a dificuldade de evitar o desfecho.
"Sabíamos que aquilo poderia suceder às camadas jovens mas não tínhamos força para recorrer e tentar evitá-lo. As dívidas eram superiores a 1 milhão e isso afectou tudo que pertencia ao CAF, incluindo os escalões de formação. Foi muito difícil para mim, até porque fui eu que ajudei a inscrever as camadas jovens nessa época. Depois acabou tudo".
Albino garante que 'o Académico está preparado para que não se voltem a cometer loucuras', evocando a alteração recente nos estatutos que obriga as diferentes direcções a 'assumirem dívidas deixadas no clube'.
Fábio Santiago e Calico e o dia em que já não treinaram . Juniores recordam angústia
O fim do CAF foi sentido com enorme tristeza por todos quantos faziam parte do clube mas para os jogadores, que viveram o drama na primeira pessoa, o pesadelo teve outra dimensão. Fábio Santiago e Calico, capitão e sub-capitão, respectivamente, da equipa de juniores que alinhava na 1.ª Divisão Nacional da época 2005/2006, recordaram o penoso dia em que souberam do fim do clube.
Santiago, actualmente sem clube depois de sair do GD Parada, lembra 'um dia complicado'.
"Foi um dia muito complicado. Cheguei ao Fontelo e vi as pessoas com cara de caso. Depois transmitiram-nos a notícia e lembro-me bem de ligar à minha mãe, a chorar, e dizer-lhe que o Académico tinha acabado. Fomos um bocado esquecidos nessa altura porque só queríamos jogar e evoluir".
Também Calico, agora nos seniores do Académico de Viseu, recorda com tristeza o acontecimento.
"Na altura era um jovem que só queria jogar, e fazia-o por amor à camisola. Ver aquele sonho terminar a meio duma época, como se nos cortassem as pernas, foi muito difícil, foi um choque. Lembro-me que chegámos, numa terça-feira, para treinar e o treinador disse-nos para não nos equiparmos e explicaram-nos tudo. Sentíamos que não tínhamos culpa e foi muito doloroso. Muitos perderam-se e deixaram de jogar, felizmente eu tive a possibilidade de integrar os seniores e continuar a carreira, mas não esqueço aquele dia".
Foto e texto do Diário Regional
6 comentários:
Triste mas aqueles e foram muitos a quem o clube não pagou? Foi declarado insolvente por dezenas de anos de erros acumulados da responsabilidade de directores incompetentes e o Sr. Albino que seja mais cuidadoso ou pagará a conta em breve. O futebol passa graves dificuldades e que não tem dinheiro, não deverá jogar.
terça-feira, 05 janeiro, 2010PC
Desculpa Sprees mas tive que rejeitar o teu comentário. Reformula por favor. Saudações academistas.
terça-feira, 05 janeiro, 2010Presidente Albino - "Foi muito difícil para mim, até porque fui eu que ajudei a inscrever as camadas jovens nessa época. Depois acabou tudo".
quarta-feira, 06 janeiro, 2010Ajudar terá sido... clube que não tinha dinheiro poderia continuar a sobreviver á conta de boas vontades mais quanto tempo?
PC
Neste dia 05 de Janeiro de 2010, Everson volta ao plantel do Académico. Mais um esforço do Presidente do Académico Sr. António Albino.Uma prenda de Natal para António Borges.
quarta-feira, 06 janeiro, 2010óh orgidor, reformular é me impossivel, pois este PC não vem aqui se não para picar, gente desta não é precisa, e por gente desta é que o Académico passou mal. Deve ser mais um que enganou o Académico, talvez o empresário ou advogado do tal jogador, da vedeta, que saiu com uma mão á frente e outra atrás.
quinta-feira, 07 janeiro, 2010Os comentários dele é que deviam ser banidos.
Sprees
Que é para picar sei eu. Faz como eu, ignora-o...
quinta-feira, 07 janeiro, 2010Enviar um comentário