Campeões do Sporting: Carlos Gomes
Nome: Carlos António do Carmo Costa Gomes
Data de nascimento: 18/01/1932
Poisição: Guarda-redes
Épocas no Sporting: 50/58
Jogos: 221*
Número da Enciclopédia Fundamental do Sporting *
Títulos: 5 campeonatos nacionais, 1 Taça de Portugal
Data de nascimento: 18/01/1932
Poisição: Guarda-redes
Épocas no Sporting: 50/58
Jogos: 221*
Número da Enciclopédia Fundamental do Sporting *
Títulos: 5 campeonatos nacionais, 1 Taça de Portugal
O sucessor de Azevedo no Sporting se ainda estivesse no mundo dos vivos comemoraria hoje 77 anos. Alfredo Barroso ao Diário de Notícias dizia que Carlos Gomes era um guarda-redes fenomenal ao nível de um Banks ou de um Yashin e tal elogio leva-me a ter saudades de algo que nunca vivi – ver Carlos Gomes jogar. Deixo então a palavra a quem o viu jogar:
“Com uma vocação fabulosa para o lugar de guarda-redes, aos 18 anos ingressou em Alvalade, vindo do Barreirense, tal como João Azevedo. Quando os dirigentes «leoninos» foram a sua casa para o contratar não se conteve, falando das injustiças sociais, da dignidade violada, do desrespeito e forma esclavagista de tratar os jogadores como se fossem mera mercadoria.Disseram-lhe que se calasse, que o Barreirense receberia 50 contos pela transferência e ele mais 10. Não se calou, e exigiu 50 só para si. Ribeiro Ferreira, presidente do Sporting, sabendo que precisava de um guarda-redes para substituir Azevedo, cedeu. Seria suplente de Azevedo, «o gato de Frankfurt» durante um ano, e aos 19 anos a camisola número 1 já era sua.
Depressa se tornou ídolo dos sportinguistas, e ao longo de seis anos foi somando títulos, multas e suspensões. Descontente com a remuneração que auferia no Sporting, depois de se sagrar novamente campeão em 1957/58 e após um largo «braço-de-ferro», transferiu-se para o futebol espanhol pela mão de Alejandro Scopelli, que o levou para Granada.Em Espanha conseguiu uma remuneração oito vezes superior à que auferia em Portugal. O Sporting também ganhou um bom dinheiro, um milhão de pesetas.Os clubes grandes continuaram na sua peugada, concretamente o Real Madrid e o Barcelona, mas os dirigentes «leoninos» deixaram-no apenas transferir-se para o Oviedo. Pelo meio, o Benfica ainda tentou contratá-lo, utilizando o Salgueiros como intermediário. Em 1961 regressou a Lisboa, para assinar de novo pelo Sporting, exigiu o salário mais alto da equipa, e o acordo não se concretizou.Ofereceu-se ao Atlético, tinha 29 anos, mas foi acusado de violação por uma rapariga, na altura empregada num dos seus negócios, uma loja de fotografias. Jurou que tinha sido uma cilada montada pela PIDE e por dirigentes do Sporting, e fugiu para o exílio. Num jogo contra o Guimarães, simulou uma lesão logo após o intervalo, e escapou-se para terras espanholas. Mais tarde contou o plano, «concentrei-me com a equipa, para não levantar suspeitas. Tentaria não só fazer um bom jogo, como teria de lesionar-me, porque enquanto durasse a cura, ninguém haveria de suspeitar e ganharia alguns dias preciosos. Não fiz um jogo extraordinário, mas lesionei-me como o previsto. Perto do vestiário, voltei-me para terreno e para o público, enquanto chorava em silêncio...».De Espanha seguiu para Marrocos. Ainda jogou em Tânger, no clube da...polícia. Conseguiu, mais tarde o estatuto de refugiado político. As suas exibições fizeram tal furor que emissários do Rei de Marrocos o convidaram a fazer-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade. Não aceitou.Em 1963 foi liberto pelo Sporting, jogou mais dois anos, mas continuou ligado ao futebol, tornando-se treinador de sucesso, passou pela Argélia e Tunísia, regressando a Portugal nos anos 80.Radicou-se depois em Espanha, onde possuía negócios de hotelaria.Como guarda-redes tinha uma curiosidade, actuava na baliza sempre vestido de preto. Um dia, um jornalista espanhol perguntou-lhe o motivo. E ele não o escondeu: «visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores está de luto.»”
In Centenário do Sporting (foto incluída)
“Com uma vocação fabulosa para o lugar de guarda-redes, aos 18 anos ingressou em Alvalade, vindo do Barreirense, tal como João Azevedo. Quando os dirigentes «leoninos» foram a sua casa para o contratar não se conteve, falando das injustiças sociais, da dignidade violada, do desrespeito e forma esclavagista de tratar os jogadores como se fossem mera mercadoria.Disseram-lhe que se calasse, que o Barreirense receberia 50 contos pela transferência e ele mais 10. Não se calou, e exigiu 50 só para si. Ribeiro Ferreira, presidente do Sporting, sabendo que precisava de um guarda-redes para substituir Azevedo, cedeu. Seria suplente de Azevedo, «o gato de Frankfurt» durante um ano, e aos 19 anos a camisola número 1 já era sua.
Depressa se tornou ídolo dos sportinguistas, e ao longo de seis anos foi somando títulos, multas e suspensões. Descontente com a remuneração que auferia no Sporting, depois de se sagrar novamente campeão em 1957/58 e após um largo «braço-de-ferro», transferiu-se para o futebol espanhol pela mão de Alejandro Scopelli, que o levou para Granada.Em Espanha conseguiu uma remuneração oito vezes superior à que auferia em Portugal. O Sporting também ganhou um bom dinheiro, um milhão de pesetas.Os clubes grandes continuaram na sua peugada, concretamente o Real Madrid e o Barcelona, mas os dirigentes «leoninos» deixaram-no apenas transferir-se para o Oviedo. Pelo meio, o Benfica ainda tentou contratá-lo, utilizando o Salgueiros como intermediário. Em 1961 regressou a Lisboa, para assinar de novo pelo Sporting, exigiu o salário mais alto da equipa, e o acordo não se concretizou.Ofereceu-se ao Atlético, tinha 29 anos, mas foi acusado de violação por uma rapariga, na altura empregada num dos seus negócios, uma loja de fotografias. Jurou que tinha sido uma cilada montada pela PIDE e por dirigentes do Sporting, e fugiu para o exílio. Num jogo contra o Guimarães, simulou uma lesão logo após o intervalo, e escapou-se para terras espanholas. Mais tarde contou o plano, «concentrei-me com a equipa, para não levantar suspeitas. Tentaria não só fazer um bom jogo, como teria de lesionar-me, porque enquanto durasse a cura, ninguém haveria de suspeitar e ganharia alguns dias preciosos. Não fiz um jogo extraordinário, mas lesionei-me como o previsto. Perto do vestiário, voltei-me para terreno e para o público, enquanto chorava em silêncio...».De Espanha seguiu para Marrocos. Ainda jogou em Tânger, no clube da...polícia. Conseguiu, mais tarde o estatuto de refugiado político. As suas exibições fizeram tal furor que emissários do Rei de Marrocos o convidaram a fazer-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade. Não aceitou.Em 1963 foi liberto pelo Sporting, jogou mais dois anos, mas continuou ligado ao futebol, tornando-se treinador de sucesso, passou pela Argélia e Tunísia, regressando a Portugal nos anos 80.Radicou-se depois em Espanha, onde possuía negócios de hotelaria.Como guarda-redes tinha uma curiosidade, actuava na baliza sempre vestido de preto. Um dia, um jornalista espanhol perguntou-lhe o motivo. E ele não o escondeu: «visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores está de luto.»”
In Centenário do Sporting (foto incluída)
1 comentários:
Nesta foto não está de preto.Estarei a ver mal?
segunda-feira, 19 janeiro, 2009Félix
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