sexta-feira, junho 29, 2007

"Enquanto for presidente Idalino de Almeida será treinador"

António Albino, empresário, 60 anos, é o novo presidente do Académico de Viseu. Assume o clube com a vontade de o ver regressar à II Divisão, mas apostando numa gestão de rigor, sem "loucuras" nem "excessos" financeiros que possam hipotecar o futuro

O que o levou a avançar para a presidência do Académico de Viseu?
Quando vim para o Académico, ainda como antigo CAF, tentei evitar a sua falência, o que não foi possível devido às razões mais que conhecidas, nomeadamente o "caso Paulo Ricardo". Como tal não foi possível, tivemos de enveredar por outros caminhos e o que nos pareceu mais viável e correcto foi fazer o protocolo com o Farminhão. Entendemos, então, que tínhamos de subir o mais rápido possível à III Divisão e, de seguida e porque não, à II Divisão B. É com essa missão que aqui estou, com espírito de sacrifício, e empenhado num orçamento de rigor.

Na actual conjuntura, a II Divisão B é um objectivo realista?
É. Foi na divisão em que "apanhei" o Académico e é onde gostaria de o deixar.

Quanto custa uma época do Académico de Viseu?
Estamos a fazer um orçamento de rigor, sem loucuras nem derrapagens. Estamos a tentar equilibrar as finanças para que cheguemos ao fim da época sem qualquer dívida. Não vamos gastar mais que aquilo que temos.

Onde vai o Académico buscar dinheiro, sabendo-se que tem apenas cerca de 400 sócios? De facto 400 sócios não chegam. Gostaríamos de atingir um número mais significativo entre os 1500 a 2000 sócios, o que seria o ideal para uma gestão equilibrada. A tarefa não é fácil mas também não é impossível.

Ou seja, sem dinheiro de quotas, são os subsídios da autarquia uma fonte importante de receita.
Na época passada, pouco apoio recebemos da câmara, mas também já sabíamos que havia mais três clubes na mesma divisão e que os apoios teriam que ser divididos. Em algumas conversas que mantive com o presidente da autarquia, Fernando Ruas, tive a garantia que na III divisão o apoio será maior.

Haverá já uma identificação dos viseenses com o clube que vos permita triplicar o número de sócios?
Penso que, com o tempo, as gentes de Viseu e das Beiras vão aderir a este projecto, que não tenho dúvidas, tem pernas para andar. É um clube sem dívidas, e assim é mais fácil pensar em futuro, em subidas de divisão e, quem sabe, chegar um dia à I Liga.

A gestão de rigor que defende ajudará a essa credibilidade?
Um clube sem dívidas é prioridade, daí defender a alteração dos estatutos que obrigue qualquer direcção a não deixar dívidas para as direcções seguintes. Isso parece-me fundamental, até para que o argumento das dívidas não impeça os academistas de integrar futuras direcções.

Idalino Almeida é o seu treinador?
Enquanto for presidente, Idalino de Almeida será treinador do Académico.

E do plantel para a nova época, o que está já definido quanto a reforços?
Quanto ao plantel, e ao contrário do que por vezes se diz e se escreve, não andamos, nem queremos, guerra com qualquer clube por causa de jogadores. Só fazemos as aquisições que estão ao nosso alcance e não equeremos jogadores à força. Quem vier para o Académico, virá de livre vontade. Quero manter uma boa relação com todos os clubes. Confirmados estão o Lopes e o Mégane, que estavam no Penalva. O caso do Rodrigo, da Desportiva de Sátão, foi uma falsa questão. Tirando uma simples abordagem, nunca houve nada de concreto. No que se refere a mais reforços, estamos em negociações avançadas com jogadores fora da região e, muito em breve, haverá mais novidades. Queremos três ou quatro jogadores que façam a diferença, e que sejam, de facto, reforços.

O Académico vai continuar a ter futebol, andebol e natação?
Na natação a professora Irene Frias tem feito um bom trabalho, assim como no andebol, o professor João José. São secções com gestão autónoma, mas sem derrapagens, porque a contabilidade passa sempre pelo clube.

No futebol, vai apostar na formação?
Na formação, três equipas subiram aos nacionais. Penso que há condições para voltar-mos a ser uma referência ao nível dos escalões de formação.

Entrevista publicada no Jornal do Centro, ed. 276, 29 de Junho de 2007

2 comentários:

A MAGIA DO FUTEBOL disse...

Se há uma coisa que o presidente António Albino marca a diferença para o passado recente é o facto de falar mais vezes. Só é pena o site continuar calado mas acredito, e espero, que a seu tempo algo mude nesse aspecto.
Desconheço se a entrevista na versão em papel seja maior que a aqui transcrita pois ficaram, entre outras, - isto no meu entender - estas questões para colocar: quando começam os trabalhos? Quais os jogadores (só sabemos que Bruno saiu para o Canas de Senhorim) que continuam? Quais os jogos marcados para a pré época? Qual o jogo de apresentação aos sócios? Se alguém poder ajudar a responder a estas questões...

sexta-feira, 29 junho, 2007
Anónimo disse...

esta entrevista de certeza foi dada pelo idalino, não tenho duvidas !!! este homem não manda nada.

segunda-feira, 09 julho, 2007