Em defesa de Pauleta
Toda a gente quer fazer de Pauleta o réu dos poucos golos marcados pela selecção. Sou um dos que o defendem mas aqui ficam depoimentos de Fernando Gomes, Rui Águas e Domingos, ao DN. Eu assino por baixo.
Para Fernando Gomes, ex-internacional português, o avançado açoreano não fez um grande Mundial por duas razões: "Primeiro, porque tem 33 anos e, numa competição em que se joga de quatro em quatro dias, a recuperação já não se faz tão naturalmente como se tivesse 25. Segundo, porque Portugal não jogou para o avançado. O sistema de jogo da selecção portuguesa nunca foi jogar para o Pauleta” Para o ex-jogador do FC Porto, a ineficácia de Pauleta explica-se, ainda, pelo facto de "hoje em dia os avançados serem obrigados a ter grande mobilidade e é preciso que se perceba que, no caso de Pauleta, ele não pode vir atrás buscar jogo, cruzar e ainda ir a tempo de rematar". Fernando Gomes compreende que agora , "visto de fora, os adeptos questionem se Nuno Gomes e Postiga podiam ter sido mais utilizados, mas só Scolari saberá explicar as opções que tomou". O bibota de ouro sabe bem o que é ser avançado na hora da derrota. "Quando os golos não aparecem, os adeptos viram-se imediatamente para o avançado", afirmou Gomes, concluindo que Pauleta não podia fazer mais do que fez, e não é por acaso que é o melhor marcador de sempre da selecção (47) superando o "rei" Eusébio.
Opinião semelhante tem Rui Águas, avançado da equipa das quinas nas décadas de 80/90. O agora treinador considera que "marcar golos é a coisa mais difícil do futebol, por isso, quando acontece é fantástico e, felizmente para Portugal, Pauleta tem espalhado golos pelos campeonatos por onde passa e na selecção". Por isso, considera que o açoreano "foi mais vítima que réu. Jogou sempre muito desapoiado e sozinho na frente e, quando assim é, as hipóteses de marcar são muito reduzidas". "Não me parece que este estivesse numa forma convincente, mas as alternativas, Nuno Gomes e Postiga, por uma razão ou outra, não foram regulares nas oportunidades que tiveram e não fizeram sombra ao titular, por isso não me choca a aposta continuada no mesmo avançado", explicou Águas. O treinador diz ainda que "talvez no jogo com a França, e numa situação de desespero, poderia tentar jogar com dois avançados e aumentar as hipóteses dentro da área".
A análise de Domingos, treinador da União de Leiria, não anda longe da de Fernando Gomes e Rui Águas. O ex-internacional português considera que o jogador do PSG "não teve jogo suficiente pela alas para incomodar os guarda-redes adversários". Para o técnico leiriense, "qualquer um dos três avançados podia ter feiro mais no Mundial", embora compreenda que "é tão difícil um treinador tirar um avançado como o Pauleta, como é difícil para o avançado que entra resolver o jogo".
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