sexta-feira, setembro 17, 2010

Recordar: Académico 2-1 União de Tomar

Estádio Municipal do Fontelo, 17 de Setembro de 1967

2ª Jornada da II Divisão 67/68

Árbitro: David Rocha (Porto)

Académico de Viseu: Pais; Vítor, Vasconcelos, Afonso e Beto; Jorge Gomes e Carolino; Basto, Inácio, Paxim e Rodrigo

União de Tomar: Santos II; Cabrita, Faustino, Mário e Morado; Santos I e Cláudio; Araújo, Bilreiro, Alberto e Totoi

Golos: Inácio 26 (1-0), Inácio 30 (2-0), Morado 47 (2-1)

«O primeiro a aproveitar um desentendimento da defesa tomarense e o segundo na sequência de um livre apontado por Jorge Gomes. Aos 47 minutos, Morado, a passe de Bilreiro, e de cabeça, fez o golo da sua equipa.
O facto de o Académico se ter apresentado sem três dos seus titulares, lesionados, e sua nova aquisição, Carinha (ex-Feirense), ainda não poder actuar, não tirou brilho ao encontro, nem tão-pouco se verificou menos entusiasmo e apego à luta, pois os reservistas deram boa conta de si.
Assistiu-se a uma boa partida e, muito embora os primores técnicos não tivessem sido em demasia, a vivacidade e generosidade dos jogadores anularam aquela falta.
Logo no começo do jogo, as duas equipas procuraram fazer funcionar o marcador, repetindo-se os lances pelos dois campos. Passados que foram os primeiros vinte minutos, os visienses tomaram melhor conta das operações e assediaram as redes adversárias com bastante insistência e perigo.
Desse melhor jogo nasceram, no espaço de cinco minutos, os dois golos da primeira parte.
Os forasteiros espevitaram e, aos 35 minutos, Morado perdeu uma oportunidade para reduzir a diferença, depois de batida toda a defesa, incluindo o próprio guarda-redes. O Académico mantinha superioridade nos sectores atrasados, mas os seus avançados não tiveram calma e talento para finalizar os lances.
Na segunda parte, o jogo mudou de feição. Os tomarenses apresentaram-se com o seu xadrez modificado, passando a actuar em grande velocidade e o que os levou a marcar o seu golo, mercê de um belo golpe de cabeça de Morado.
Os visienses aperceberam-se do perigo e voltaram ao comando do jogo obrigando o guarda-redes adversário a várias intervenções. Mas os visitantes responderam no mesmo tom e o andamento endiabrado, criando lances espectaculares. Ambas as equipas perderam soberanas ocasiões de golo.
No declinar do encontro, o andamento abrandou, porque os jogadores acusavam o esforço dispendido. O resultado estava feito. E a vitória dos visienses não merece contestação, dado o melhor entendimento que mantiveram na defesa e as ocasiões que criaram.
Salientaram-se no Académico: Pais e Afonso (dois baluartes da vitória), Jorge, Gomes, Vasconcelos, Inácio e Paxim; e nos tomarenses: Santos II, Faustino, Morado, Santos I, Bilreiro e Cláudio.
Suficiente de nota para a arbitragem.»

(“A Bola”, 18.09.1967 – Crónica de Manuel Pereira)


Texto retirado do blogue União de Tomar

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