sexta-feira, março 30, 2018

SC Covilhã 1-3 Ac.Viseu FC

«De Viseu, serra acima, vieram mais de três mil, que transformaram a Covilhã num imenso arraial…» começa assim a crónica do jornal «A Bola», de outubro de 1977, referente à vitória academista de 77/78 (1-2, Keita).


Volvidos mais de 40 anos uma dúzia de academistas – se tanto – voltaram a ver uma vitória academista na Serra da Estrela, depois de 13 jogos onde o máximo que havíamos conseguido tinham sido 3 empates.

Apesar da boa exibição, digna de um candidato, foi o SCC o primeiro a causar algum perigo na partida, logo aos 4 minutos, mas Peçanha correspondeu como se espera de uma guarda redes com a sua mestria.

Reagiu bem o Académico, conseguindo logo dois pontapés de canto, colocando em sobressalto a defesa serrana. Ao minuto 14 a primeira oportunidade de golo, Avto ganha a bola a um adversário, desmarca Nsor com o ganês a abrir o marcador.

O Académico, que já se estava a superiorizar na partida, com o golo tranquilizou-se. Foi bonita de se ver a maneira como a equipa do nosso clube se apresentava no relvado do velhinho Santos Pinto, muito personalizada, trocando a bola com mestria, com Zé Paulo a evidenciar-se nesse aspeto.

Foi por isso sem grande surpresa que o Académico chegou ao segundo golo – canto de Avto e Bura de cabeça a fazer o seu 21º golo como jogador do Académico.

Daí até ao intervalo o Académico controlou a partida a seu belo prazer. Das bancadas com adeptos serranos ouvia-se «bela equipa esta», «trocam bem a bola, nós nem a cheiramos».

Na segunda parte o SCC melhorou. Bem mais agressivos sobre a bola, os homens da casa iam-se abeirando da baliza academista, embora o perigo fosse relativo, com os jogadores do nosso clube a não terem a mesma liberdade da primeira parte.

Os covilhanenses acabariam por reduzir ao minuto 61 num golo que consideramos esquisito. Porquê esquisito? É que após um lançamento em profundidade entre o defesa direito academista e o central por aquele lado, o atleta serrano na cara de Peçanha tinha tudo para fazer o golo, mas o guardião academista evitou-o e quando todos nos aprestávamos para respirar de alívio o esférico sobra de novo para o jogador de verde vestido que atira para a baliza deserta (1-2).
As hostes covilhanenses, obviamente, animaram-se e nas mentes academistas – na minha pelo menos, pois estive presente – recordava-se o dia 3 de janeiro de 2016 quando a vencermos por dois-a-zero (golos de Forbes e Clayton) permitimos o empate com golos aos 87 e 90+2.

Mas os tempos são outros. O Académico soube sofrer e Manuel Cajuda teve o «toque de Midas» no dia de hoje. Trocou o homem das duas assistências para golo e colocou João Mário que entrou muito bem na partida.

E seria o guineense a assistir para o terceiro golo academista. Grande arrancada de Capela, excelente o passe a desmarcar o extremo academista, magnífico o cruzamento de João Mário e eficiente o cabeceamento de Nsor – golo do Académico! Jogo terminado…

O SCC, equipa algo limitada, ainda manteve a partida em aberto até bem perto do fim, mercê de um coração fantástico, lutando até à exaustão. Não teve no entanto hipóteses perante um Académico personalizado, que ainda andou perto do quarto golo, mas que seria injusto para o labor covilhanense.

1 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, mais do mesmo.
Bons jogos fora de portas, onde podemos ganhar a qualquer um e isso tem sido mesmo assim, mas quando chegamos ao Fontelo, à nossa casa, que devia ser uma fortaleza onde os outros deviam penar, acabamos por perder.
Esta época não temos equipa para assumir os jogos, vergar os adversários. Assim que um clube entra em campo para não perder, encolhido a defender a todo o preço, o mais certo é sermos derrotados. Oliveirense, Famalicão são os exemplos mais recentes.
Fico a tremer só de pensar no jogo do Real. Hoje, tinha a certeza que iamos ganhar e bem.
ganhar no Fontelo é essencial! Ninguém consegue boas classificações a ganhar fora e a perder em casa.
Vamos puxar pelo nosso Académico no Fontelo! Todos ao Fontelo gritar: ACADÉMICO! ACADÉMICO!

sexta-feira, 30 março, 2018