sexta-feira, agosto 03, 2012

A entrevista ao Guardião NUNO OLIVEIRA


A tua formação foi toda feita no CAF ou também passaste por outros clubes? Que recordações tens desse tempo?
Foi feita toda no CAF, uma época de infantil com o Prof Pina, duas de iniciado com o Prof Raposo, com um titulo distrital e com uma subida ao primeiro campeonato nacional de iniciados, duas épocas de juvenil(campeonato nacional) e duas nos juniores(campeonato nacional) com o Prof Carlos Marques.
Recordações muito positivas... Alem dos sucessos desportivos, saliento as pessoas fantásticas que me acompanharam durante estes anos todos, quer atletas quer diretores muito dedicados como Sr Carlos Alberto, Sr Neves, Sr Loureiro e Monteiro.

Em entrevista ao jornal O Jogo falaste do tempo em que, com o teu pai, acompanhavas no Académico na I Divisão. Tinhas algum ídolo? Recordas-te de algum jogo em especial?

Todos os jogos no Fontelo na altura que ia com o meu Pai, eram especiais, havia grande ambiente, casa sempre cheia, grandes tardes desportivas.
Tenho vários jogadores que me enchiam as medidas, na I Divisão recordo o guarda redes Sardinha! Gostava imenso do central Nilson e do pequeno Mágico Besirovic. Outros ídolos com quem mais tarde tive o prazer de partilhar balneários Augusto, Vouzela, Rogério, Sérgio, Rui Lage, Chalana... Grandes homens e grandes jogadores.

Em 98/99 chegaste ao plantel sénior. Feijão e Augusto eram os outros guardiões academistas. De que te recordas dessa época? Como era o teu relacionamento com os colegas de baliza? Não foi desilusão para ti o facto de não teres jogado?

Foi na época seguinte à descida de divisão da liga de honra, recordo na altura graves problemas financeiros, mas destaco o grupo de jogadores muito amigo e unido.
Tinha bom relacionamento com ambos, tinham personalidades diferentes, mas sempre muito disponíveis para ajudar, ensinar e partilhar experiencias.
Não joguei qualquer jogo oficial, apenas fiquei no banco por seis vezes, recordo que tinha expectativas altas, mas cedo me apercebi que ia ter grandes dificuldades em afirmar-me. Quando saí senti uma tristeza enorme, mas prometi a mim mesmo que ainda iria ser muito feliz neste grande Clube....

Depois seguiram-se várias épocas no Penalva do Castelo. Quais os melhores e piores momentos ao serviço desse clube?
Foram 10 anos seguidos em Penalva... Os melhores momentos foram sem dúvida a subida de divisão histórica para a 2ªB, as grandes amizades construídas dentro da equipa e o carinho especial com que era tratado em Penalva pelas pessoas que gostavam do Clube.
Os piores tempos em Penalva foram sem duvida a descida à III Divisão e as consequências negativas que esse fracasso desportivo trouxeram ao espirito do grupo. Não me posso esquecer, depois de tudo de bom que tive em Penalva ao longo de dez anos, a forma como o grupo foi "desmantelado" num espaço de dias, por quem assumiu essa responsabilidade, sem nada ter feito para ter tal competência, e essa atitude ia custando uma descida do clube aos distritais!

Começaste a época anterior como suplente do Augusto. Depois atingiste a titularidade e nunca mais a largaste. Como analisas a tua época a nível individual? Como era o teu relacionamento com o Augusto?

O meu regresso ao clube de coração, foi algo muito desejado por mim desde a minha primeira experiência sénior pouco conseguida. Vinha para o clube com o intuito de ser mais um a ajudar a alcançar o tão desejado objetivo da subida de divisão. Começar como suplente foi por mim encarado como naturalidade, a entrada na equipa foi se calhar um prémio pelo meu esforço diário. O meu desempenho em campo era sempre em prol da equipa, e sempre que joguei senti que estava a ajudar a equipa rumo ao objetivo. O Augusto no banco era um dos pilares do grupo e contribuiu com toda a sua experiencia para que as coisas corressem sempre pelo melhor. Perante esta situação a minha relação com ele nunca teve qualquer tipo de problemas, bem pelo contrário.

Como descreves o ambiente no estádio em São Pedro do Sul?
Arrepiante, emocionante, nostálgico, orgulhoso por vestir tão emblemática camisola. Senti a emoção dos momentos do Fontelo cheio. Como é obvio só senti o Fontelo assim como adepto, quando ia ao Fontelo em miúdo ver o Académico com o meu Pai. Como senti em S.P.Sul, gostava de um dia sentir no Fontelo, espero que seja para breve.

Na próxima época vais “apadrinhar” a chegada de um guarda redes vindo dos juniores. Tens algum conselho para o Rui Pedro?
O Rui Pedro não é uma novidade entre a equipa Sénior. Ele já tinha tido a oportunidade de trabalhar connosco na época passada. Revejo-lhe grande qualidade, como conselhos posso deixar-lhe aqui duas ou três formas de estar que o podem ajudar no futebol, como o sentido de responsabilidade para com as suas obrigações, dedicação e paciência, porque o dia dele há-de chegar.

Na próxima época vais reencontrar o Mister Carlos Agostinho. O Académico ficou a ganhar com a troca de treinadores?

O Mister Carlos Agostinho tem valor reconhecido, com provas dadas, para ocupar este lugar e só posso esperar o mesmo sucesso do seu antecessor, que por certo irá acontecer.

O fato de o treinador te conhecer dá-te vantagem na luta pela baliza com o Nuno Ricardo?

O Mister Carlos Agostinho vai por certo escolher aquele que mais garantias de sucesso der à equipa. Não vou por certo ter vida fácil e com isso o Clube é que ganha.

Agora que já se sabe quem vai ser o treinador e quem são os reforços a pergunta que se impõe é: até onde pode ir o Académico na próxima época?

Vamos dar tudo para ganhar a cada Domingo, que ninguém duvide disso. Para além disso não posso dizer mais nada, porque o Futebol assim nos ensinou.

Por fim deixamos ao teu critério para falares tudo o queiras dizer e que não foi perguntado…

Já que me dão esta oportunidade aproveito para realçar a grandeza deste clube. Senti o carinho dos sócios ao longo de toda a época, que nos acompanharam por muitos estádios. Acho que conseguimos retribuir todo esse apoio com a subida de Divisão. Para mim a subida teve um significado muito especial, tanto pelo sacrifício com que fiz os últimos cinco jogos, com dores horríveis no joelho, tanto como a pessoa que me dava vontade de jogar a cada Domingo, o meu Pai. Infelizmente partiu logo depois da minha estreia com a camisola do Académico em Oliveira de Azeméis. Não sei se tive muito ou pouco mérito nesta subida, mas o pouco que me cabe é inteiramente dedicado ao meu Pai, que me ensinou a ser Academista.

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