segunda-feira, junho 18, 2012

Entrevista de Marco Almeida


Como começou o gosto pelo futebol?
O gosto pelo futebol nasceu comigo, lembro-me desde sempre de saber o que queria ser e também pelo facto de o meu pai jogar futebol tenha feito esse amor crescer e desde sempre estar neste meio.

 Chegaste ao Académico de Viseu com 13 anos, vindo do Vale de Açores. Para um jovem com 13 anos como era vir para o Académico de Viseu? Quem foi o responsável pela tua vinda?
Lembro-me como se fosse hoje, vir para o Académico foi seguramente igual ao momento em que assinei pelo Porto, era um sonho, jogar num grande clube e o Académico era e é o maior clube da região. Quem me seguiu foi o já falecido Professor Amaral que era olheiro e treinador do Académico, que na altura tinha uma equipa de formação a todos os níveis, superior a alguns clubes profissionais onde joguei. Não posso deixar nesta oportunidade de realçar duas pessoas que durante este meu trajecto nunca esqueci e mantenho uma relação bastante próxima desde estes tempos que são o Sr.Carlos e o Sr.Tozé, directores para a formação do clube, juntamente com o Grande TIO Neves e o Monteiro estes dois mais de perto nós e posso dizer até, que faziam parte de cada uma das equipas, lembro-me que chegavam a casa ás tantas depois de deixar os jogadores e de saber se era preciso mais alguma coisa e que faziam com que a nossa formação tivesse grande nível.

Dois anos no Académico de Viseu e o salto para o Porto! Contaram-nos uma história, de um célebre jogo que fizeste no Porto em que os dirigentes Portistas queriam que assinasses na hora…
3 anos no Académico !!
Sinceramente não me lembro desse episódio, mas assinei pouco tempo antes de acabar a época , porque era miúdo e o telefone não parava e nós estávamos na época mais auspiciosa dos juniores do Académico, onde fomos á fase final e onde poderíamos ter sido campeões.


Estiveste 3 anos nas camadas jovens do Porto, foste emprestado ao Leça, e voltaste para o Porto B, durante este trajecto, conviveste com grandes jogadores, Ricardo Carvalho, Postiga, Tonel, Ricardo Costa, etc., mas muitos outros não conseguiram singrar em grandes equipas.  Os jovens têm alguma dificuldade em impor-se quando deixam as camadas jovens dos clubes… Concordas com a criação das equipas B ?
O Porto já na altura tinha uma modelo único para o futebol, onde todos os escalões jogavam em função do que era feito na equipa principal, logo a convivência era constante, eu nos juniores por exemplo treinava quase todas as semanas com a equipa principal e depois na equipa B, também aí o Porto era diferente, nós éramos parte integrante do plantel, que era constituído por quarenta e tal jogadores e depois como é óbvio com a devida separação a certa altura, bem como ao fim de semana os não convocados da equipa principal jogavam na equipa B.
Têm, porque os clubes ou quem está na frente dos clubes só pensam no momento, senão dou te exemplo concretos da minha altura, o Simão Sabrosa e o Hugo Leal, independentemente da qualidade que toda gente sabe, só apareceram, porque não havia dinheiro para reforços, esse é o real motivo. Achas normal não apostares por exemplo num internacional português sub-20 e ires buscar um para o mesmo lugar com a mesma idade? Eu não sendo o dinheiro fácil não entendo!
Depende do formato das equipas B. Se for para dar competição numa 2ªliga a jogadores que vêm dos juniores sim, se não acho que não faz sentido e pelo que tenho lido continua a não ser para promover os jovens, deveria ser reformulado de fundo, começando pelos juniores em que deveria ser restrita a inscrição de estrangeiros na totalidade e aí sim esses mesmos jovens portugueses irem para as equipas B.

Leça, Penafiel, Boavista, U. Madeira, Ovarense, Portimonense… Curiosamente  foste trocando de equipa todas as épocas. Algum motivo especial para isso acontecer?
Quando estás emprestado, o clube que te empresta não gosta que permaneças mais do que um ano para não criares rotinas ou vícios e isso foi fazendo com que mudasse. E nunca joguei na Ovarense, assinei por 2 anos, mas foi no ano em que o presidente fugiu para o Brasil depois de um desfalque ao que se falou na altura num, num banco onde ele trabalhava e joguei  em Portimão nessa época.

Em 2006/07, partiste para a aventura do futebol Chinês. Como surgiu a oportunidade? Como é o futebol na China? Financeiramente foi vantajoso?
A aventura foi mais propriamente em Hong Kong, onde fui campeão nacional num clube que já não o era há mais de 10 anos. A oportunidade surgiu através de um treinador com quem já tinha trabalhado, “Jorge Amaral”, que fez questão de me convencer a ir com ele.
O futebol lá é muito rápido, requer uma grande condição física, mas a grande diferença é a nível táctico onde realmente eles têm muito para aprender, pois no início andava tudo onde estava a bola. Foi vantajoso tendo em conta o que na altura se começava a pagar cá em Portugal.


Finalmente entre 2006 e 2008, dois anos seguidos numa equipa… o Portosantense. Foram os ares da Madeira que te convenceram?
Não o que me convenceu foi a honestidade e a seriedade das pessoas, principalmente do seu presidente, com quem mantenho óptima relação.
Mas vou ter de corrigir, também estive 2 anos em Leça e em Penafiel embora não consecutivos.
Uma passagem por Fátima, e em 2009 o regresso ao Académico. Como surgiu o convite? Agradou-te a ideia de voltar a “casa”?
A primeira abordagem aconteceu, ainda eu não sabia se iria continuar em Fátima ou não, depois o tempo passou e o plantel fechou e acabei por não vir. Com a entrada do Mister António Borges, ele fez questão de poder contar comigo e fui convidado a regressar.

Infelizmente nessa época descemos da 2ª para a 3ª divisão. Passou-te pela cabeça nessa altura procurar um clube de escalão superior, ou foi o “amor” á tua equipa que te fez permanecer por Viseu?
Sim é verdade…, não, não passou a partir do momento em que pensei em aceitar vir para o Académico, não mais perspectivei ir para mais lado nenhum. Sim sem dúvida que o amor á camisola contou e por isso tento dar sempre tudo de mim para que possamos ter um Académico mais forte.

Duas épocas na 3ª divisão, e finalmente este ano novamente a subida á 2ª divisão. Notou-se pela festa que os jogadores fizeram, no final do jogo de S. Pedro do Sul, que foi uma subida muito festejada…
Foi sim, sentimos uma verdadeira família este ano, muita união, e muita crença, foi um ano diferente, não deve haver nenhum clube na história do futebol em Portugal que tenha subido de divisão com tanta gente da formação como nós e inclusivamente os que eram de fora puxados por nós começaram a sentir também amor á camisola.

Apesar da subida foi um ano complicado, em que quando tudo parecia encaminhado para o sucesso, apareceram aqueles 4 pontos desperdiçados em casa frente ao Sampedrense  e Nogueirense, e uma derrota em Bustelo.  Dizem que o jogo da viragem foi em Avanca…
Sim, mas no futebol não há jogos fáceis e nós sempre fomos uma verdadeira equipa e nos momentos em que estávamos menos bem ou os resultados não eram os que pretendíamos esse espírito partilhávamos aparecia, às vezes comentava com amigos que parecia que tínhamos de levar um abanão para acordar.
O jogo de Avanca foi fantástico a todos os níveis, eu infelizmente não pude participar dentro do campo nesse jogo, mas posso dizer-vos que foi um orgulho enorme poder dizer que fazia parte daquela equipa.

Lima Pereira, está de saída do clube, como foi a tua relação com ele? E a equipa?
Sim é verdade, está de saída e aproveito publicamente para lhe desejar o melhor, apesar de já o ter feito por telefone, porque pude reforçar a ideia que tinha dele da primeira vez que trabalhámos juntos, é um grande homem, um grande treinador, uma pessoa integra e com caracter e com toda a certeza vai encontrar um novo desafio, penso que que este é um sentimento comungado por grande parte do plantel, pois ele conseguiu que uma equipa em que ninguém acreditava e só apontava defeitos fosse campeã e fosse criada não só uma onda em nosso redor muito positiva, como o facto de termos sido uma família e termos sido nós a ajudar-nos uns aos outros para superar as adversidades.

Numa altura em que já se sabe quem é o próximo treinador Academista, que expectativas para a nova época numa exigente segunda divisão?
Neste momento não posso responder a essa pergunta, porque ainda não sei como vai ser para mim a próxima época. Em relação ao treinador da próxima época,  é conhecedor não só do clube como da região e acho que o Professor Agostinho, daquilo que conheço dele como treinador e como homem, vai conseguir aquilo que perspectivar para esta nova época desportiva.

Uma ultima pergunta, vais continuar no clube? Já foste convidado a renovar?
Ainda não fui contactado por ninguém do clube com vista á nova época.

Obrigado Marco Almeida

Entrevista realizada por João Nunes

1 comentários:

Anónimo disse...

QAIS O JOGADORES Q VAO CONTINUAR DA EPOCA ANTERIOR. NINGEM SABE........

segunda-feira, 18 junho, 2012