quinta-feira, dezembro 05, 2013

Adversários do passado: Varzim SC

Nome: Varzim Sport Clube
Ano de fundação: 1915
Localidade: Póvoa de Varzim
Associação: Porto
Estádio: Estádio do Varzim
Equipamento: Camisola preta e branca listada verticalmente, calções pretos, meias pretas

O Varzim está, neste momento, no Campeonato Nacional de Seniores mas é um dos grandes nomes do futebol português pois já conta com vinte e uma presenças no principal escalão do nosso futebol.

Até ao momento Académico (na sua versão CAF) e Varzim encontraram-se por 11 vezes. O Académico venceu 3 jogos, empatou 1 e perdeu 7, marcou 8 golos e sofreu 24. No Fontelo a vantagem é academista com 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota, marcou 6 golo e sofreu 3. Fora do Fontelo é o descalabro, seis jogos e outras tantas derrotas, 2 golos marcados e 21 sofridos. Luisinho com dois golos destaca-se nos marcadores academistas. Chico Santos, Penteado e Rodrigo com 3 jogos foram os academistas que mais vezes defrontaram o Varzim com o manto sagrado vestido.

Vinte e sete de Janeiro de 1963, Estádio do Fontelo. Foi nesse dia que os dois clubes se encontraram. Disputava-se então a II Divisão Zona Norte, estávamos na última jornada da primeira volta e o Varzim venceu por esclarecedores 0-3. A superioridade poveira foi indiscutível, “venceu a equipa de maior capacidade” dizia o jornal A Bola.
Na segunda volta, a 12 de maio de 1963, nova vitória do Varzim e desta vez de forma esmagadora… 8-0! A estrela dos poveiros foi Noé que apontou 5 golos, ele que já tinha feito todos os golos do Varzim no confronto com o CAF na primeira volta. O Académico desceu, o Varzim subiu.

Praticamente 15 anos depois, em Fevereiro de 1978, Académico e Varzim encontraram-se de novo, desta vez na Taça de Portugal, nos oitavos de final, com nova goleada poveira desta vez por 4-0. Terminava aí a caminhada academista, naquela competição, que havia começado no Fontelo com vitória por 3-0 sobre o Benfica de Castelo Branco (Penteado por duas vezes e Albasini), havia passado por Paio Pires (vitória por 1-0 com golo de Rodrigo), Ponte de Sor frente ao Eléctrico (1-4 com golos de Pedro Paulo, Albasini por duas vezes e Penteado) e finalmente no Fontelo frente ao Torreense (3-1 com golos de Pedro Paulo, Toyobe e Keita).

Na época seguinte, 78/79, encontraram-se de novo, desta vez na I Divisão. Na Póvoa do Varzim venceram os varzinistas por 2-0 com golos de Vaz na própria baliza (“só o autogolo de Vaz abriu o caminho à vitória” dizia um dos jornais da época) e outro golo a ser apontado por Brandão.
Na segunda volta, 20ª jornada, no 5º jogo contra o Varzim finalmente o primeiro golo, apontado por Joaquim Rocha, e sobretudo a primeira vitória contra os poveiros. “Mais uma acha na fogueira da esperança” dizia o Record numa clara alosão à luta pela permanência academista, uma luta que viria a ser inglória.

Em 80/81 novo encontro, outra vez na primeira divisão. Na Póvoa do Varzim já adivinhou de certeza o que aconteceu – se esteve atento à leitura de início – o Académico de Viseu perdeu por 3-1 com o golo academista a ser apontado por Inaldo. A título de curiosidade diga-se que um dos golos dos poveiros foi apontado por António Borges que viria a ser muitos anos mais tarde, treinador do AVFC.
Na segunda volta, na 22ª jornada, no Fontelo o Académico venceu por 1-0 com o golo academista a ser apontado por Fernando logo ao minuto 4 do jogo, um golo que viria a ser decisivo na atribuição dos dois pontos ao Académico de Viseu e que seriam muito importantes no final da época, já que o Varzim desceu (14º classificado) e o CAF manteve-se (13º lugar e disputa com sucesso da Liguilha).

Foi preciso esperar quase 10 anos para novo encontro entre os dois clubes. Foi na época 90/91 na Liga de Honra. No Fontelo na 13ª jornada empate a zero entre os dois contendores. “Preocupação dos pontos roubou discernimento às equipas” dizia o jornalista Carlos Costa de A Bola salientado ainda que “os viseenses usaram e abusaram do sistema de despejar bolas sem o menor proveito”; já o Record, pela “pena” de Agostinho Torres, afirmava ser justa a “repartição de pontos em jogo sem lances de perigo”.
Na segunda volta, na 32ª jornada, o Académico perdeu por 2-0. Com Paulo Futre a assistir, e com a equipa poveira em crise, o CAF perdeu de novo na sua visita à Póvoa do Varzim. “Há quanto tempo os poveiros não ganhavam…” dizia o Record, já A Bola referia que “posições classificativas até pareciam invertidas”.

Em 96/97 o último encontro entre as duas equipas, na mesma divisão em que estamos neste momento. Na 15ª jornada, da primeira volta, o Académico perdeu fora de casa por 2-1. O golo academista foi apontado por Luisinho, golo que empatava a partida, ao minuto 68, mas o Varzim marcaria de novo dois minutos depois. “Oportunismo do joker Lino quebrou as ilusões beirãs" dizia o jornal Record.
Na segunda volta o CAF goleou, sem apelo nem agravo. Vitória por 4-0 com golos de Sérgio, Luisinho, Chalana e Zé de Angola. Decorria a jornada 32. “Três afiadas lanças africanas descobrem fraquezas do Varzim” dizia o Record numa clara referência a Luisinho, Zé de Angola e Zezinho. De referir que o Varzim era o líder da classificação. Um grande jogo academista!

 Foto: zerozero.pt

Jogadores que jogaram em ambos os clubes (nomes apurados até ao momento):

Campinho – Ajudou o Académico de Viseu a subir à Segunda Liga na época passada. O actual jogador do Boavista esteve cinco épocas no Varzim (05/08 e 09/11), clube da sua formação, jogando sempre na Segunda Liga.

Flávio– No Académico de Viseu jogou sempre na I Divisão nas épocas de 80 a 82. No Varzim em 85/86 terminou no segundo lugar na zona norte da II Divisão e acabou por alcançar a subida à I Divisão numa liguilha com Aves, Recreio de Águeda e União da Madeira. Na época seguinte foi pouco utilizado na I Divisão. Regressou ao Varzim em 89/90 numa época em que o Varzim foi 7º classificado na zona norte da II Divisão.

Genildo – Jogou no CAF em 76/77 e antes também havia jogado no Varzim (73/75). Em Viseu jogou na II Divisão, no Varzim foi 6º classificado da zona norte da II divisão e na época seguinte foi 4º.

Ibraima – Vai agora para a segunda época no nosso clube. Jogou no Varzim antes de vir para Viseu e ajudou os varzinistas a subir à Segunda Liga. Mais tarde a equipa por problemas financeiros acabou por “abdicar” da subida.

Jorge Gomes – Esteve quatro épocas no Académico de Varzim. Subiu o Académico em 65/66 à segunda divisão. Jogou no Varzim em 64/65 numa altura em que a equipa varzinista jogava na I Divisão (11º classificado).

José Duarte – É um dos jogadores históricos do Académico de Viseu e começou a jogar no Varzim em 86/87, estava o clube na I Divisão.

N´Habola – Foi o homem golo da subida academista à I Divisão em 79/80. Esteve no Varzim em duas épocas distintas. Em 76/77 fez parte do plantel varzinista que alcançou o 7º lugar na I Divisão. Em 85/86 alcançou a subida à I Divisão.

Nuno Santos – Jogou no Académico em 03/04 e na época seguinte no Varzim, No CAF fez apenas 5 jogos e no Varzim foi mais feliz já que fez mais de 20 jogos na Segunda Liga.

Paulo Fernando – Só dois jogos no CAF em 93/94. No Varzim jogou de 95 a 97. Na primeira época na II Divisão, zona norte, alcançou a subida à segunda liga onde jogou na época seguinte.

Paulo Ricardo – Fica para sempre ligado ao fim do CAF. No Varzim jogou na época anterior à sua vinda para o CAF. Lá, na Póvoa, foi o melhor marcador da equipa na II Divisão, norte.

Paulo Viana – Jogou no Académico em 89/90 e no Varzim na época anterior. Em Viseu ajudou o CAF a classificar-se para a primeira edição da Segunda Liga nos moldes que a conhecemos atualmente. No Varzim ajudou a equipa a classificar-se na 6ª posição da II Divisão, zona norte.

Rui Trigo – Em Viseu na época 95/96 e no Varzim na época seguinte. No CAF jogou na Segunda Liga, e no Varzim ajudou o clube a subir à I divisão.


Zé Nando – Jogou no Varzim em 89/90 transferindo-se depois para o Académico de Viseu depois. No Varzim foi 7º classificado da II Divisão, zona norte e em Viseu quase conseguia a subida à divisão maior do nosso futebol.

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