sexta-feira, fevereiro 02, 2018

Recordar: Lemos

NOME COMPLETO
António José de Lemos
NOME
Lemos
DATA DE NASCIMENTO
02/02/1950
POSIÇÃO
Avançado
ESTREIA
Estoril 1-0 Ac. Viseu (3/11/1978)
PRIMEIRO GOLO
Ac. Viseu 1-1 Sp. Braga (07/01/1979)
JOGOS
14
GOLOS
1
ÉPOCAS
78/79

Em 78/79, estava o Académico de Viseu na I Divisão, este avançado fez pelo CAF 14 jogos tendo apontado 1 golo. 

Este é o Lemos que no FC Porto ficou eternamente reconhecido por um belo dia ter apontado 4 golos ao Benfica. 

Boavista (68/70), FC Porto (67/68, 70/75), Marítimo (75/78) e Infesta (79/84) são outros dos clubes conhecidos por onde passou. 

2 comentários:

I ONLINE disse...

"A quem marcar mais de três golos, oferecemos 40 contos!" A frase ecoou por todo o Estádio das Antas antes de um FC Porto-Benfica, a 31 de Janeiro de 1971, e provocou risos demorados entre os adeptos. "Três golos?! Ora, porque não oferecem 50 contos?", gracejaram alguns mais espontâneos, conscientes de que tal acto era missão impossível.

Uma hora e meia depois, Lemos provou precisamente o contrário e até marcou mais um como bónus. Foi a grande tarde deste avançado portista que, sozinho, destroçou o Benfica por 4-0. Lemos só jogou quatro anos no FC Porto e nunca chegou a ir à Selecção Nacional, mas o seu nome perdurará para sempre no futebol português como o primeiro e, até agora, único jogador a marcar quatro golos num clássico entre FC Porto e Benfica. E o mais novo de sempre (apenas 20 anos de idade) a fazer um póquer em clássicos.

Ele já tinha avisado nos dois clássicos anteriores: bis na Luz (2-2 com Benfica, a 18 de Outubro de 1970) e um golo em Alvalade (1-2 com Sporting, a 29 de Novembro de 1970). No total, sete golos em três jogos do FC Porto aos "grandes" de Lisboa, todos de Lemos. O avançado ficou--se por aí e continua satisfeito. "Jamais esquecerei aqueles golos. De vez em quando ainda gosto de pensar naquilo que fiz, pois foi um momento histórico na minha carreira."

UM, DOIS, TRÊS, QUATRO Numa tarde em que Afonso Pinto de Magalhães, presidente do FC Porto, foi homenageado, o estádio estava cheio e ao intervalo só havia 1-0. Passe do capitão Pavão e empurrão de Lemos para a baliza deserta. Na segunda parte, sim, houve espectáculo. "Quando ninguém acreditava que chegasse à bola, quase na linha de fundo, atirei à baliza, o que surpreendeu o José Henrique, o popular ''Zé Gato''. No terceiro, o Bené fez um lançamento lateral, apanhei a bola em posição regular e fiz um chapéu ao guarda-redes." Para fechar a conta, Lemos antecipou-se ao central Humberto Coelho e tocou a bola "à saída de José Henrique."

O herói da tarde recebeu prémios em dinheiro e electrodomésticos. Latas de tinta, uma máquina de lavar roupa, uma televisão, um gira-discos e os tais 40 contos que motivaram gargalhadas antes do jogo. O curioso é que Lemos esteve para ser emprestado ao Barreirense no início da época e só não foi por um voto de diferença, num plenário com 24 pessoas, conforme conta Pinto da Costa na autobiografia "Largos Dias Têm Cem Anos".

Dois anos mais tarde, em 1973, Lemos deixou o futebol temporariamente. Como não obtivera o estatuto de Atleta de Alta Competição imprescindível para o subtrair à guerra do Ultramar, o avançado foi mobilizado para Cabo Verde pelo exército português. Mas o inesperado aconteceu: o avião que transportava Lemos e a sua Companhia de Operações Especiais fez um desvio na rota e aterrou em Bissau, na Guiné. Lemos só voltaria a Portugal em 1974, a tempo de mais uma época no FCP, antes de jogar no Marítimo (1975-78), no Académico Viseu (78-79) e no Vila Real (79-80), onde pendurou as botas na 3.a divisão. Sem nenhum título, é certo, mas com o recorde dos quatro golos ao Benfica. Depois dele, só Manuel Fernandes (Sporting) e Klinsmann (Bayern) ousaram imitá-lo, em Dezembro de 1986 e Novembro de 1996.

quarta-feira, 02 fevereiro, 2011
José Carlos Ferreira disse...

Em entrevista à sábado http://www.sabado.pt/desporto/futebol/detalhe/durante-dois-meses-ia-para-os-treinos-com-a-g3-no-carro, com referências ao Académico:

E depois saiu do Sp. Espinho para o Paredes.

Sim, o presidente do Sp. Espinho, o dr. Lito de Almeida, queria que eu assinasse um contrato de cinco anos, mas eu não aceitei e acabei por sair. Estive para ir para o Famalicão, mas entretanto apareceu o Paredes, da II divisão. No ano seguinte fui para a Sanjoanense, também na II divisão, e na época 1978/79 voltei a jogar na I Divisão, no ACADÉMICO DE VISEU.

Como é que foi regressar ao estádio das Antas?

Eu não queria jogar, mas o treinador disse-me: "Tu fizeste aqui uma história bonita e as pessoas vão-te aplaudir". Entrei aos 87 minutos, já com o resultado feito [6-1] e fui muito bem recebido pelo público. Estava a jogar com a camisola do ACADÉMICO DE VISEU, mas estava a sentir-me com o equipamento do FC Porto.



Depois acabou a carreira no Infesta, na III Divisão.

No final da época no ACADÉMICO DE VISEU, descemos de divisão, aquilo correu mal, houve ordenados em atraso, e senti-me um bocado farto daquelas vigarices que se faziam no futebol, e eu também era culpado, porque havia aqueles contratos paralelos, receber dinheiro por fora, e eu também aceitava isso. Ainda tive um convite do Vit. Setúbal, mas tinha a vida feita na zona do Porto e não quis mudar-me para lá. Vivia já há alguns anos em São Mamede de Infesta e era amigo dos dirigentes do clube. Então, o presidente, o sr. Ramos, veio ter comigo para me convencer a jogar um ano no Infesta, para dar força à rapaziada, e eu lá fui. Era para ser só um ano, mas fiquei lá cinco. Comecei a treinar os miúdos e depois de deixar de jogar ainda fiquei lá outros cinco anos.

terça-feira, 21 novembro, 2017