sábado, janeiro 07, 2012

Entrevista João: "Viseu é a minha cidade"!

Chegaste ao CAF muito novo, com apenas 23 anos, como foi a tua carreira até chegares a Viseu?

Vinte e três anos para futebolista, já não é assim tão novo. Foi um percurso normal e igual a tantos outros atletas. Também com um início um pouco tardio (16 anos, 2º ano de Juvenil na altura) e a felicidade de jogar sempre em campeonatos nacionais. Penso que este percurso é natural.

Em 93/94, quando chegaste ao Académico de Viseu, não fizeste nenhum jogo pelo
Académico em toda a época. Como foi viver uma época assim?

Extremamente difícil, muito difícil. Cheguei ao ponto de pensar e desistir da aventura (o que eu ia perder!).

Curiosamente na época seguinte foste quase sempre titular. O que aconteceu para
haver uma mudança tão drástica?

Houve várias mudanças e não começa por mim. A minha postura, na época transata foi sempre a mesma, ou seja, atitude e seriedade. E, isso foi transportado para a época seguinte. Nessa época, que para mim “ou dava ou não dava”, tinha acontecido uma descida de divisão, mudança de treinador e também mudança estratégica da direção. Houve aposta em novos e mais novos jogadores e ainda a sorte do Augusto nessa época ter que cumprir o serviço militar(também é preciso um pouco de sorte).

Na tua segunda época no CAF o Académico alcançou a subida da II B para a Divisão de Honra. Que recordações te trás essa época?

Recordações fantásticas! Criou-se um grupo de jogadores e técnicos ambiciosos e um bom balneário, onde havia uma grande identificação entre todos nós. E, por norma, com esses condimentos conseguem-se sucessos e foi o que aconteceu. Felizmente para o Clube e para o Grupo de Trabalho.

No tempo que passaste no CAF tiveste como grande rival pela titularidade o Augusto
que ainda hoje faz parte do clube. Era saudável a concorrência entre vós?

Lógico que sim. O nosso objetivo era o mesmo, JOGAR. Cada um fazia por si e as opções eram da equipa técnica. Em dia de jogo, jogasse quem jogasse, havia sempre uma palavra amiga, solidária e de incentivo.


Na última época em Viseu o Académico desceu de divisão mas tu subiste à I Divisão.
No Salgueiros pouco jogaste. Que se passou?

Foi mais uma transição (esta bem mais longa). Foi uma chegada à 1ª divisão, a um Clube cheio de alma e de história e também de grandes jogadores. E apanhei um concorrente muito forte e em plena ascensão de carreira, onde foi chamado várias vezes à seleção nacional portuguesa. Penso que, teve as três melhores épocas da sua carreira desportiva. E, embora frustrado por não ter sido opção durante esse tempo, ao mesmo tempo feliz por ter ajudado e, porque não, responsável pelo sucesso do Jorge Silva


Depois veio o Moreirense e aí sim jogaste muitas vezes na I Divisão. A nível de clubes
foi no Moreirense que viveste os melhores anos da tua carreira?

Quando cheguei ao Moreirense, apanhei igualmente um grupo muito forte e que já trabalhava há uns anos juntos e vinham de uma subida. Tive a sorte (que talvez tenha faltado na passagem pelo Salgueiros), de encaixar e ser uma das apostas do Clube. Fomos Campeões Nacionais (Divisão de Honra), fizemos uma época de Excelência e os anos seguintes foram fabulosos.



Em 2006 jogaste o mundial da Alemanha! Conta-nos, como é jogar um mundial?

Indescritível. Toda a envolvência, festa, organização, público… e muita, muita motivação

Nasceste em Angola, cresceste em Portugal. Ao ouvires os dois hinos no mundial qual
foi aquele que mais te arrepiou?

(Heheheh) Angola sem dúvida.

Terminaste a carreira no campeonato angolano. Quais as diferenças entre os dois campeonatos?

O clima é difícil. A organização dos clubes não ajuda. A mentalidade da grande parte dos dirigentes não é fácil e a falta de infra estruturas.

Hoje em dia vives em Angola?

Sim.

Para terminar: e saudades de Viseu, tens? Tens “acompanhado” o Académico de
Viseu? Ainda tens amigos na cidade?

Passei quase 4 anos em Viseu, por isso é a minha Cidade! Confesso que não tenho acompanhado o Académico nos últimos anos. Estive aí em Novembro e revi logicamente alguns amigos e outros que não houve possibilidade falamos por telefone, mas realço o Rui Lage, Sérgio, Augusto, Santos, Monteiro, Mr João Cavaleiro e outros que não sendo jogadores nem dirigentes mas que merecem o meu apreço e respeito por todo o apoio que me deram, não só na minha passagem pelo Académico, como no restante percurso de atleta e até aos dias de hoje.

A todos vocês um grande Abraço

Vou abusar e deixar UM GRANDE ABRAÇO AO SR FORMOSO E A SRA MARÌLIA que foram uns segundos Pais para mim.

À Magia do Futebol o meu muito Obrigado e respeito pela iniciativa.

Até Sempre.

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande colega, grande amigo e acima de tudo grande homem.
Abraço amigo

Rui Lage

sábado, 07 janeiro, 2012
Joao Monteiro disse...

Enorme João Ricardo. Grande Homem. Um orgulho. Apesar de guarda-redes era e sempre será um dos mais acarinhados pelos adeptos academistas. Parabéns pela entrevista!

domingo, 08 janeiro, 2012